quinta-feira, 26 de julho de 2012

PHILIP HANSEN ANSELMO [2]

Porque Phil é o roqueiro mais bonito do mundo.

Ainda hoje, com seus 44 anos completados no último dia 30 de junho, Phil é referência para qualquer pessoa de bom gosto que tente apontar os homens mais atraentes da história do rock. Não dá pra deixar Phil de fora dos dez mais e o Caralho assume: coloca-o no topo, como já divulgado no especial OS 50+ GOSTOSOS DO ROCK. Por isto uma merecida segunda postagem.

Phil foi dos mais populares vocais do metal da década de 1990, principalmente após a "renovação" do som e do visual da banda Pantera. Cabeludo no começo da carreira, causou alvoroço ao raspar a cabeça a partir do importante Cowboys From Hell (1990). Essa trajetória todo mundo conhece, inclusive o sucesso comercial desde então, e a influência do hardcore nos vocais de Phil a partir de Vulgar Display of Power (1992), abandonando algumas tentativas de falsetos típicos do metal clássico do álbum anterior, e cravejando de vez o thrash metal como gênero da banda (embora há quem os classifique como groove metal ou neo-thrash), o que tanto destacou o Pantera entre os grupos mais populares da cena – o álbum posterior, Far Beyond Driven, atingiu o topo das paradas americanas e australianas, feito inédito para bandas do tipo.


"Éramos super-homens, éramos implacáveis. Fazíamos o chão tremer, atravessávamos paredes!"
(Phil, em 2010, em entrevista à Revolver TV)

Quem já ouviu falar do Pantera provavelmente sabe as turbulências que levaram à sua ruptura, após Reinventing The Steel (2000), muitas delas talvez causadas pelo vício em heroína de Phil, que já lhe provocaram uma "morte" por parada cardíaca por quase cinco minutos.

É sabido também que a banda mais conhecida de Phil hoje é a Down, surgida como projeto paralelo ainda nos anos 1990 e que tem até agora três álbuns de estúdio. O último é Down III: Over The Under (2007), que Phil assume ser o disco mais difícil que produziu na vida, devido às memórias que as letras lhe trazem. Um novo lançamento deve acontecer ainda este ano. Como também um trabalho solo, com uma amostra (duas músicas) previstas já para setembro, num "split" (álbum dividido) com a banda Warbeast. O CD inteiro, até agora chamado Walk Through Exits Only, deve sair só em 2013.

Além da Down, Phil teve vários outros projetos, incluindo uma curiosa incursão no punk/hardcore com a banda Arson Anthem, na qual é guitarrista desde 2006, com um álbum de estúdio, Insecurity Notoriety, lançado em 2010.

Se você conhece a trajetória de Phil conhece ainda o triste episódio da morte do guitarrista e grande amigo dele, Dimebag Darrell, em dezembro de 2004. Dimebag foi assassinado por um "fã", por esses motivos que só outro fã tosco consegue entender. Torna-se quase impossível imaginar o que haveria na mente de alguém que toma uma atitude dessas. "Quase" porque toda pessoa "razoável" já deve ter percebido algum grau de insanidade ou de "perigosa estupidez" em outra que tenta impor verdades de sua opinião sobre um ídolo, principalmente nestes nossos tempos de "haters" da internet.


"Durante as investigações sobre o caso, a polícia encontrou dois cadernos inteiros escritos por um sujeito perturbado e doente, (...) que prometia que se vingaria de qualquer forma da banda [Pantera]. A pergunta que fiz ao policial [James Niggemeyer, oficial que matou o assassino de Dimebag] depois que ele me disse tudo isso foi: 'Estivesse eu tocando com o Superjoint Ritual ou o Down naquela noite, a mesma coisa teria acontecido a mim?'. Ele respondeu: "Certamente. Sem dúvida alguma". Então, eu digo que é baixo e vil me acusar tanto da separação do Pantera quanto da morte do meu irmão."
(Phil, à revista Roadie Crew, em 2008)

Então um moleque resolve entender mais de uma banda ou uma obra que seus próprios criadores, e indigna-se quando eles tomam rumos adversos a suas expectativas. Certos estilos musicais parecem propiciar mais situações como essas (atitudes e ideologias radicais) que outros, e houve opinadores que tentaram analisar o papel da música do Pantera nesse incidente, mas não se pode nivelar o problema a uma culpa unilateral do artista. Porque algumas vezes o público é que é o pior da arte.

Você não pode falar mal de um ídolo do metal, muito menos dizer que tem fantasias pensando nele. Ainda mais se você for um homem. É o que se constatou, a olhos vistos, na primeira postagem neste espaço sobre Phil Anselmo. O tal texto é líder de comentários até hoje, a grande maioria de teor homofóbico, única arma de quem não tem o que dizer.

Mesmo que não se concorde com as críticas, com um ponto de vista sobre o comportamento de um artista, e mesmo que se cultive a opinião conservadora de que determinada pessoa não pode ser considerada um símbolo sexual, porque isto diminuiria sua importância profissional, nada justifica recorrermos sempre ao caminho fácil da ofensa, ainda mais quando ela tenta atingir os limites da ética e beira o racismo, o sexismo ou a homofobia. Mas isto se chama consciência, artigo difícil de encontrar.

Talvez tenha havido algum exagero no texto, que pode ter ressaltado os aspectos negativos da personalidade de Phil, consequentes, quem sabe, da sua experiência com drogas. "Eu sou um extremista em relação a tudo. Em qualquer coisa que eu decida fazer, sou um extremista absoluto", ele disse certa vez, ao tentar analisar as razões que o levaram ao vício. Ou talvez o erro tenha sido o olhar moderno sobre um comportamento antigo, e a disparidade fatal e injusta disto, mas que lugar no mundo ainda existe hoje para certos artistas, como os que expelem cocaína pela saliva e saem socando quem aparece ou destroem um quarto de hotel por pura molecagem, sabendo que sua gravadora milionária pagará pelos prejuízos? 

Phil por pouco se tornou uma caricatura: do drogado, do macho, do rebelde sem causa, do metaleiro mau. Ele sabe disso, qualquer um minimamente inteligente sabe disso. A sua voz grossa e o seu jeito de falar como se estivesse sempre querendo agravá-la ainda mais ou partindo pruma briga nos deram margens pra pensar que o homem fosse só um personagem. "Eu sou um pugilista", escolheu como argumento um dia ao responder que jamais seria garoto-propaganda de cuecas Calvin Klein. Mas tentarei me permitir achar que ele é assim mesmo. Que não há afetações. Que é natural.

Porque Phil é um dos principais ídolos deste espaço e isto não ficou claro. Porque Phil é uma lenda, como disseram e querem os acéfalos machistas que vieram xingar. É o grande monstro-herói que extravasa no palco por nós os ímpetos reprimidos. Ele só não é intocável. Ainda bem.

Porque Phil sabe os sentimentos que desperta, e retribui a veneração que percebe das pessoas. Reverencia o público que o tatua em seu próprio corpo e o segue como se ele ainda estivesse no auge da carreira. Porque Phil passou os anos se defendendo das acusações de racismo e dos boatos de que seria um skinhead nazi-fascista. Uma marca difícil de sair.

Chega a ser fácil encontrar na internet Phil fazendo aquela tradicional e pequeno-burguesa confusão entre Orgulho Negro x Orgulho Branco, desconsiderando, como os alienados fazem, toda a história por trás da "Consciência Negra" – algo semelhante ao que acontece com quem acha razoável, mesmo "sem preconceitos", a defesa de um "orgulho hétero". Mas é muito provável que hoje, sóbrio, tranquilo e maduro, Phil saiba, a despeito das armadilhas do politicamente correto e do separatismo étnico-cultural do seu próprio país, e ao contrário ainda de alguns de seus admiradores, que a humanidade se dividiu por muito tempo entre repressores e reprimidos, que os homens brancos, héteros e religiosos são e sempre foram os repressores, não por serem a maioria, mas por estarem no "controle" (são os nossos governantes, os nossos sacerdotes, os nossos patrões), e que a História tenta em vão se redimir ao criar datas e alguma política pública em homenagem e assistência aos negros, índios, mulheres, gays e seja lá mais quem tenha sido massacrado pelo orgulho macho, branco e cristão (e, por extensão, todo orgulho patriarcal). Torçamos para que Phil saiba disso sim. Até mesmo que tenha sempre sabido.

Porque Phil Anselmo foi a maior voz, corpo e rosto de um grande momento do rock pesado. Ótimo artista e belo homem, que chegou a mais do que imaginava como músico e seduzido sem querer mais gente do que sabe. Suas nuances nos mostraram que a sua verdade é uma verdade digna. Lutador com alma de poeta, sempre à busca do que abrisse os caminhos e aliviasse as dores, como ficou exposto, entre tantas canções, na ótima Suicide Note Pt. 1, bonito e raro momento tranquilo da sua voz sempre tão engessada nos arquétipos da violência, mesmo que distante ainda do tom melódico que demonstrou ter no início da carreira.

Porque Phil foi jovem e humano, quando se acreditava com superpoderes. E hoje, nem tão jovem, ainda humano, mais consciente da sua realidade, e carregado das cicatrizes da sua humanidade, se aproxima cada vez mais do super-homem que sonhava ser. Para todos nós.

"Eu escolhi olhar os bons momentos"
(Phil, em 2010, à Revolver TV)

Porque Phil Anselmo é o roqueiro mais gostoso do mundo. Eternamente.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

ESPECIAL DIA MUNDIAL DO ROCK [2012]

O Caralho do Rock decidiu se entregar à tentação das listas e eleger os 50 caras mais gostosos do rock, de todos os tempos, para celebrar o 13 de Julho, Dia Mundial do Rock desde o festival Live Aid de 1985, no qual vários artistas roqueiros fizeram show histórico pelo fim da fome na Etiópia. 

Alguns nomes listados são mais do que esperados, outros nem tanto. Por critérios diversos, como importância artística, ou para uma época, ou para um grande número de pessoas, além do estilo, personalidade, sensualidade, empolgação momentânea e, claro, aparência, são mencionados músicos de mundos distintos, até mesmo opostos, representando os mais variados tipos de beleza para os gostos mais libertos e libertinos. Várias injustiças foram feitas, pelas ausências e pela ordenação. Alguns nomes foram esquecidos de propósito, caso de Sebastian Bach, que talvez merecesse uma menção honrosa, outros perderam para a memória, para o poder excludente da grande mídia, e para o tempo, que apaga o significado de certas coisas. Entretanto, O Caralho do Rock tenta manter o direito às preferências alternativas, sem deixar de lado os Boy Magia, se é que isso existe no rock'n'roll. 

Se você já acompanhou as primeiras dezenas de nomes pelo tumblr, ótimo, aproveite e confira também os 10 primeiros colocados, até então não divulgados. Se não, hora para conferir todos. Em ambos os casos, segure a afobação e o gozo, e delicie-se devagar!



50. SID VICIOUS (SEX PISTOLS)
O ex-baterista do Siouxsie and The Banshees e baixista da principal banda punk da história despertou muito mais que comoção por sua trajetória autodestrutiva. E merece ser lembrado por outros motivos.



49. HENRIKE (BLIND PIGS)
Das profundezas de São Paulo um moicano chamou muita atenção – o líder dos porcos cegos que promete material novo ainda para este ano.



48. DIMEBAG DARRELL (PANTERA)
Dos principais guitarristas do metal da década de 1990, Dime morreu no palco em 2004, covardemente assassinado. Muita gente ficou viúva.



47. LOU REED (THE VELVET UNDERGROUND)
Ele influenciou Bowie, Iggy Pop e todo o pós-punk, é considerado um dos melhores guitarristas do mundo e sempre foi chegado numa trava. O poeta mais alternativo do rock não poderia faltar aqui.



46. FLEA (RED HOT CHILLI PEPPERS)
O baixista Michael Peter é para os olhares apurados, e gostos refinados.



45. XANDE TAMIETTI (PATO FU)
Ele chegou depois, de fininho. O cisne entre os patos.



44. TIM ARMSTRONG (RANCID)
Outro magrelo de moicano que causou barulho. Até fotos da Madonna pelada como convite para assinar com a gravadora dela ele recebeu. Moço difícil, agradeceu as fotos, recusou o contrato.



43. SHANNON HOON (BLIND MELON)
Mesmo que você nunca tenha ouvido falar da banda, há algo fincado em seu inconsciente – uma menina fantasiada de abelha sapateando e um gostoso cabeludo cantando. 



42. DANIEL KESSLER (INTERPOL)
Um guitarrista de uma banda inglesa alternativa popularizada nos anos 2000. Só os olhos atentos conferiram.



41. DAN FLINT (YOU ME AT SIZ)
Uma das grandes injustiças desta lista. Mas tem uns moçoilos das bandinhas adolescentes atuais que são uma coisa.



40. WARREN CUCCURULLO (DURAN DURAN)
Desde que começou a fazer pornografia na internet, Warren se tornou um dos maiores rockstars do planeta.



39. ZAKK WYLDE (OZZY OSBOURNE)
Esse é pros entendidos, espertos e atentos. Há décadas dando um quê a mais aos palcos do metal clássico.



38. ROBERT PLANT (LED ZEPPELIN)
Você não é um groupie queer de verdade se nunca reparou na camisa aberta e calça apertada de Robert nos shows do auge do Led. Mas não é mesmo!



37. DANIEL WEKSLER (NX ZERO)
É provável que você odeie a banda, mas, na frente do Daniel, você não vai admitir isso.



36. JOSH HOMME (QUEENS OF THE STONE AGE)
Josh é grande, ruivo e tem cara de mau. E você vai querer ter um filho dele.



35. FABRIZIO MORETTI (THE STROKES)
O baterista da banda que ressuscitou o rock do mundo no novo milênio é brasileiro. E tem cara que saiu do colégio direto pruma baladinha da Augusta.



34. GUY BERRYMAN (COLDPLAY)
Quando a grande esperança da música é ver um lord escocês acima do palco, de kilt.



33. DAVID SILVEIRA (KORN)
O lado bom e gostoso do new metal.



32. PAULO RICARDO (RPM)
Se você tem memória e é justo, sabe que o Paulo foi a coisa mais perturbadora dos anos 80 no Brasil.



31. JASON NEWSTED (METALLICA)
O eterno baixista de uma das quatro maiores bandas do thrash metal da história também é um dos mais interessantes músicos, ainda mais de cabelos curtos.



30. FRED DURST (LIMP BIZKIT)
Você começa repelindo, mas a cafajestagem é tanta, que você se joga.



29. ANDREAS KISSER (SEPULTURA)
Todo mundo já o notou, alguma vez na vida.



28. PHILLIP PHILLIPS
Quem viu o programa torce para que ele siga em frente, com a identidade que mostrou. E representa nessa lista os bons nomes escondidos nos bares por aí.



27. BEN BRUCE (ASKING ALEXANDRIA)
A banda pode não significar muita coisa, mas é nova, emergente, e o jeitão dele tem o velho charme de sempre.



26. BRANDON FLOWERS (THE KILLERS)
A retomada do glamour em meio a tanta pretensão de all star.



25. NOEL ROUCO (ROCK ROCKET)
Rock moleque e gostoso.



24. AXL ROSE (GUNS AND ROSES)
Essa mala é um dos patrimônios mundiais do rock!



23. COREY TAYLOR (SLIPKNOT)
Até fantasiado de zumbi ele dá um caldo!



22. TIM COMMERFORD (RAGE AGAINST THE MACHINE)
Membro de uma das bandas mais respeitadas dos tempos new metal, essas tatuagens causaram euforia.



21. LIAM GALLAGHER (OASIS)
Porque um macho arrogante e violento é saudável vez ou outra.



20. ADAM LEVINE (MAROON 5)
Começou sem sal e hoje é dos mais cultuados corpos do mainstream.



19. RODRIGO LIMA (DEAD FISH)
Um homem comum detonando no hardcore brasileiro, em todos os sentidos.



18. PETER STEELE (TYPE O NEGATIVE)
O maior e mais lendário caralho do rock é das trevas!



17. GAVIN ROSSDALE (BUSH)
Das profundezas queer do new romantic para ser um dos maiores galãs do grunge.



16. SUPLA
O roqueiro mais gostoso do Brasil, faça-se justiça.



15. JON BON JOVI
O principal rosto e peito cabeludo do hard rock de décadas atrás.



14. HENRY ROLLINS (BLACK FLAG)
O grande galã do punk.



13. TILL LINDEMANN (RAMMSTEIN)
O vocalista da maior banda do metal industrial já demonstrou em suas loucas performances que tem culhões para imperar em nossas fantasias.



12. EDDIE VEDDER (PEARL JAM)
Se você viveu o grunge, você paga um pau pra ele.



11. STEVEN MORRISSEY (THE SMITHS)
Melancólico, assexuado e líder da maior banda alternativa dos anos 80.



10. ANTHONY KIEDIS (RED HOT CHILLI PEPPERS)
Nem há muito o que dizer. Uma meia vale mais que mil palavras.



09. KENT JAMES (NICK NAME AND THE NORMALS)
Um sonho queercore que durou pouco e pouca gente viu.



08. M. SHADOWS (AVENGED SEVENFOLD)
Você pode até preferir o passado, mas não pode perder o que o presente oferece, ainda mais se ele é grande e "arma a barraca" quando canta.



07. KURT COBAIN (NIRVANA)
O último mártir do rock era também um dos homens mais bonitos do mundo.



06. LARRY MULLER (U2)
Já disseram por aí que para Bono encontrar o que tanto procurava com a canção (I Still Haven't Found What I'm Looking For) era só olhar para trás, à bateria.



05. ELVIS PRESLEY
As emissoras de TV não o mostravam da cintura pra baixo. Isto basta.



04. JAMES HETFIELD (METALLICA)
O grande cavaleiro do metal é paixão antiga, e tem uma das vozes que mais nos deixam eriçados.



03. JIM MORRISON (THE DOORS)
O deus do sexo.



02. MIKE PATTON (FAITH NO MORE)
Se você discorda, tá doente da cabeça, ou tem um puta mau gosto.



01. PHIL ANSELMO (PANTERA)
Ídolo maior deste blog, já morreu por cinco minutos, mas voltou para explodir nossos ouvidos, e nossos hormônios. Quebrou com o excesso de "fashionismo" do heavy metal e é grande referência de macho e homem gostoso até hoje, para o pesadelo de parte de seus admiradores.

Pra encerrar, um momento de Phil com sua clássica banda, nos tempos em que já despertava emoções, não só pela fúria do seu som ou da sua voz.

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