quinta-feira, 11 de abril de 2013

JACOB GRONVOLD


Australiano, personal trainer e baixista de uma banda de heavy metal. Ah, sim, pauzudo também.


Quem é gay e gosta e procura por pornografia já deve ter cruzado com filmes ou fotos das tais fraternidades estudantis, em que um grupo de rapazes, seja por humilhação mútua ou por tesão mesmo, começa a fazer sexo entre si. São todos héteros, é claro, o sexo acontece como uma espécie de trote, por bullying ou por ócio criativo mesmo.


Pois bem. Como esse tipo de fraternidade não chega a ser algo comum no Brasil, mesmo as que não envolvem brincadeiras sexuais, e como eu nunca – e este é um grande trauma – participei de situações parecidas com coleguinhas quando criança, sempre desconfiei das reais possibilidades dessa fantasia. Até que conheci Endworld.


A banda está bem no início e não é muito fácil de levantar informações boas ou atuais sobre ela. Parece ter menos de três anos, um EP e um álbum, Juggernaut, lançado em 2012. Contam com páginas sem muita coisa (tipo as das bandas brasileiras): uns dois tumblrs, duas páginas no facebook, uma para os EUA e outra para o resto do mundo (!), além de uma loja virtual de camisetas e outros acessórios. Não se consegue ter certeza nem mesmo de qual é a atual formação da banda.


Do Jacob, por exemplo, pouco se sabe, além de que entrou para a banda pouco antes de gravarem o álbum. E que já aderiu ao hábito de aparecer pelado por aí.


A banda inteira é assim. Como numa fraternidade de filmes pornôs, se pegam, tiram a roupa, tiram fotos dos amigos sem roupa, sobretudo homens e tatuados, fazem videozinhos seminus, imitando mulheres ou cometendo babaquices ao melhor estilo “Jackass” ou “American Pie”. Vez ou outra, para lembrarem que são héteros, despejam piadinhas machistas e homofóbicas. Mas, como dizem por aí, Freud explica sempre muita coisa.


Jacob espalhou na internet uma foto sua no chuveiro, com o pau mais duro do que mole (tirada por um companheiro de banda?) E uma outra de costas, nu, tatuado e lindo. Talvez por ser personal trainer e ter até uma página dedicada a esse seu outro talento, é dos mais reservados nas redes sociais, com suas fotos, provavelmente de roupa, bloqueadas. Intrigante e ingenuamente contraditório.


Mas não importa. Ou melhor, importa sim. Esta banda, embora minúscula, merece outra postagem pelo menos. Já já, viu?


segunda-feira, 1 de abril de 2013

OS 50+ FORA DO ROCK

É primeiro de abril! E a maior mentira do Caralho só poderia ser uma lista de gostosos de fora do rock. Que outra oportunidade haveria para fazer certas menções? Nem todo caralho é do rock nem todo rock é do caralho, então que se abra uma (pequena) fresta a outros universos. Uma vez só, rapidinho.

Esta lista terá, além da mera "pagação de pau" em alguns casos em que só isto é possível, a nobre tarefa de homenagear alguns nomes, que dificilmente apareceriam por aqui. Sejam artistas queers que adotaram outras sonoridades para se expressarem, sejam homens de todo tipo com todo tipo de valor. Mas não deu pra ser justo com todos. É a vida.

Alguns moços aqui fugirão dos lugares-comuns. Capas de revistas adolescentes ou pornôs há aos montes, e não serão desdenhados, mas é bom adotar critérios caralhísticos mais inusitados. Tem caralho aqui que tem mais do que uma bela estampa. Tem "pegada", "estilo", "something else".

Definir o que não é rock, algumas vezes, é uma tarefa árdua. Há bandas pop mais rock & roll do que outras que se autointitulam roqueiras, porém respeitei ao máximo o conceito mais básico da sonoridade. Então mantive aqui o artista pop "sério e de atitude", mas exclui o do "happy rock" infantil, e também os caras daquelas bandas de estilos muito variados, mas que flertam com o rock em certos momentos, como os espanhóis do Estopa, os ingleses do Mumford and Sons e os brasileiros do Planet Hemp. Prefiro resguardá-los para uma outra ocasião.

Talvez seja a lista mais inusitada até o momento, com maior pluralidade. Os vocalistas continuam maioria esmagadora, mas os norte-americanos, na perspectiva geral, não, mesmo que boa parte dos nomes sejam revelados ainda sob a luz da grande indústria. A diversidade étnica também é maior, embora o "pop branco" seja uma presença constante. E, se me permitem e me perdoam, dois únicos nomes nem são músicos, mas tipos emblemáticos que só enriquecem uma lista, ainda mais deste espaço.

E agora, sem churumelas:




50. NICK JONAS (JONAS BROTHERS, EUA)
O mais novinho da boy band cresceu um tanto e desperta as mais variadas perversões. Até páginas dedicadas aos seus sovacos é possível encontrar.



49. M. POKORA (FRANÇA)
De um programa de TV para uma boy band e para, sozinho, ser "a nova cara" da música francesa. No fundo, pop aguado, mas a gente aguenta um instantinho.



48. MURS (EUA)
Você imagina um homem hétero vestindo uma camiseta a favor do casamento gay e beijando outro cara na boca para protestar contra a homofobia? Ainda mais no rap? Sim, isso existe.



47. MATT MORRIS (EUA)
Do mesmo clube do Mickey de Justin e Britney, ele compôs para os amigos famosos, mas agora empresta sua voz calma para as próprias canções, sem mentir sobre sua sexualidade.



46. BOB MARLEY (JAMAICA)
O maior expoente do reggae teve seus momentos e causou estragos.



45. BOY GEORGE (CULTURE CLUB, INGLATERRA)
Ele trouxe a afetação e a androginia para a grande cena, e perturbou a cabeça de muitos.



44. VANILLA ICE (EUA)
Dos mais fabricados da música, Robert tem envelhecido muito bem e hoje é tão ou mais sensual do que quando surgiu com seu rap constrangedoramente pop e nas páginas do livro Sex da Madonna.



43. OTTO (BRASIL)
Na contramão da música e de tantas coisas mais. Não tem como não gostar.



42. CAZWELL (EUA)
Levando o estereótipo gay para o terreno perigoso do rap, Luke conquista espaço pervertendo conceitos. E desejos.



41. CERT (CONECREWDIRETORIA, BRASIL)
Sou fã da banda e a colocaria inteira aqui, mas me segurei, e só colocarei três. André é o tipo "feio-sexy" irresistível.



40. BEN KLOCK (ALEMANHA)
Quase deixei a música eletrônica de lado, mas me contive a tempo. O DJ alemão representa bem o bom momento da cena.



39. KEVIN RICHARDSON (BACKSTREET BOYS, EUA)
Das belezas mais convencionais do pop "noventista". Altivo, incontestável. Até hoje.



38. DRACO ROSA (EUA/PORTO RICO)
Tatuagens, barba e os 40. O tempo faz bem a Robert, ou Robi, como bem nos lembramos dele. E quem quiser já pode desfrutar de um Draco renovado após uma luta contra o câncer, no seu álbum recém-lançado, cheio de convidados.



37. TUPAC SHAKUR (EUA)
O maior rapper para representar todos os rappers. E o flerte fascinante entre o crime e a sensualidade dos "gangstas".



36. ARTHUR GASPAR (KAZAKY, UCRÂNIA)
A dance music finalmente sem peitos, mas ainda com salto.



35. IVRI LIDER (ISRAEL)
Gay assumido, compôs a trilha de vários filmes como, "Yossi & Jagger", e já mostra a que veio.



34. TIZIANO FERRO (ITÁLIA)
O pop mainstream da Europa ganhou um galã gay, e peludinho.



33. ENRIQUE IGLESIAS (ESPANHA)
Ele levantou a bandeira dos paus pequenos com muita dignidade.



32. VAVÁ (BRASIL)
Wagner trouxe um peito peludo ao pagode. Difícil resistir.



31. JAY KAY (JAMIROQUAI, INGLATERRA)
Jason tem o talento de produzir grandes canções dançantes sem se render às vulgaridades do pop. E tem uma das bocas mais sexies da música, ainda mais porque, em boa parte do tempo, é só o que vemos do seu rosto.



30. ROBBIE WILLIAMS (INGLATERRA)
Ele insiste tanto em ser gostoso, que a gente acredita e se rende.



29. BATORÉ (CONECREWDIRETORIA, BRASIL)
Esse grupo rende, com os tipos alternativos da atualidade, como o belo Rafael.



28. JAKE SHEARS (SCISSORS SISTERS, EUA)
Renovou a dance music e a autoestima gay, para o pavor de sua terra natal.



27. NICKY BYRNE (WESTLIFE, IRLANDA)
Foi considerado "O homem mais sexy da irlanda". Vou eu discordar?



26. THEO DAVID HUTCHCRAFT (HURTS, INGLATERRA)
Trouxe de volta o synthpop, a elegância "dark" e uma certa afetação narcisista bastante sexy.



25. MANO BROWN (BRASIL)
Nosso Pedro Paulo é grande, tem um puta braço e a cara de quem vai te socar. Delícia.



24. DEL MARQUIS (SCISSORS SISTERS, EUA)
Mas me diga aí você: que peito é esse? O que não fazem os pelos, gente! Virei fã do Derek.



23. PAPATINHO (CONECREWDIRETORIA, BRASIL)
Tiago é um moleque, com bastante jeito de moleque. E como são bons os moleques.



22. MICHAEL BUBLÉ (CANADÁ)
Tem espaço para um engomadinho fora de forma? Por que não?



21. DIOGO NOGUEIRA (BRASIL)
O cantor trouxe um ar fresco ao samba, e seus belos braços tatuados também.



20. CRIOLO (BRASIL)
O principal nome da MPB atual, Kléber tem uma cara de mau que arrepia, e uma cabeça que arrepia mais ainda.



19. JUSTIN TIMBERLAKE (EUA)
O mundo precisa de símbolos sexuais, de grandes ídolos pop. E Justin não é dos mais descartáveis. Nem um pouco na verdade :P



18. LIRINHA (O CORDEL DO FOGO ENCANTADO, BRASIL)
José: feito de trovão.



17. FRANK OCEAN (EUA)
Christopher é uma voz sobriamente gay no rap norte-americano.



16. CEZINHA DO ACORDEON (BRASIL)
Eu o vi uma vez ao vivo e fiquei abismado com o homem que é. Uma grande presença, em muitos sentidos. E que braços, e que voz!



15. ANDRÉ TANNERBERGER (ALEMANHA)
Música eletrônica é o estilo que menos ouço, mas é bom olhar para as pickups. Guardam boas surpresas.



14. KEVIN MCCALL (EUA)
O R&B é o novo grande Pop há muito tempo e, junto com o Hip Hop, despeja homem gostoso pro mundo. Kevin é novíssimo na cena e já me tenta a me convencer a ouvir o estilo. Puta merda.



13. RONAN KEATING (BOYZONE, IRLANDA)
O que as boy bands irlandesas dão ao mundo deveria ser considerado patrimônio da humanidade.



12. DAVI MORAES (BRASIL)
Ele pega geral na MPB. Imagina o tamanho do talento.



11. ZOMBIE BOY (CANADÁ)
Um dos não músicos da lista, Rick Genest incorpora todo o espírito do rock e da cena alternativa. Ele sozinho, sem fazer nada.



10. ROCCO KATASTROPHE (EUA)
rapper transexual é um dos homens mais bonitos do mundo, segundo nosso humilde Caralho. Tanto que estampa nossa principal imagem de divulgação desta lista.



09. ANTÓNIO ZAMBUJO (PORTUGAL)
O fadista conquista por tudo que tem de homem simples, comum e fascinante.



08. ALEX MINSKY (EUA)
O modelo, que já foi soldado no Afeganistão, pinta com tatuagens as marcas da guerra em seu corpo. Ele nos prova que a sensualidade é um valor além do que às vezes supomos, e que a derrota é uma escolha.



07. ELIAD COHEN (ARISA, ISRAEL)
Então um go-go boy surge pelado e peludo e gay na nossa frente e vamos ignorar? Não.



06. ALEJANDRO SANZ (ESPANHA)
Um amante latino é sempre um amante latino.



05. FÁBIO JR (BRASIL)
Não tem como negar que ele foi o namoradinho mais safado do Brasil e molhou a cama de muita gente.



04. YOTUEL ROMERO (ORISHAS, CUBA)
Olha tudo isso! Não há nem o que dizer.



03. MV BILL (BRASIL)
Quem já o viu ao vivo sabe o tamanho que ele tem, e o espaço que ele ocupa. Alex é macho grande, pra casar.



02. RICKY MARTIN (PORTO RICO/EUA)
"O cantor mais bonito do mundo". Sempre achei isso, e ainda acho. É muito bom dizer que o cantor mais gostoso do mundo é gay. E que finalmente se assumiu. Não só: tem filhos, não com uma namorada contratada, mas sozinho, como homem gay. E faz depois dos 30 o que passou a juventude sendo cobrado a fazer. Agora, torna-se um exemplo. Ele só tem um defeito, que o faz cair para a segunda posição: a obra.



01. CHICO BUARQUE (BRASIL)
Ele é bonito, foi um dos grandes galãs da MPB, mas talvez isolado em uma tal elite universitária, construída não exatamente por ela própria, mas por forças que insistiam em diferenciar alguns artistas daqueles mais populares. A imprensa, o governo, a miséria, vai saber.

Mas ele transbordou beleza, sob várias primas. Foi o jovenzinho tímido, o malandro carioca, o senhor cheio de charme. Eu prefiro a segunda fase, adoro o bigodinho. Tem os olhos penetrantes, a voz, quando fala, é grave e estremecedora. Quando canta, torna-se suave, talvez para amenizar o conteúdo de suas letras, sempre estarrecedoras.

Embora sua área não seja nem de longe o rock, é um dos meus compositores prediletos. Porque consegue observar todo o tamanho e os detalhes e singularidades das questões humanas. Suas letras, mesmo construídas com rigor de poema (metrificadas e ritmadas com precisão e complexidade), são muito simples, e ainda assim vão muito fundo. 

Não dá pra não destacar dentre essas a belíssima e pequena Mar e Lua, que considero das maiores canções de nosso tempo sobre o tema da homossexualidade. As moças que se amam, vivendo uma poesia que ao redor delas não existe, e depois são vitimizadas pela violência de sempre... Mas permanecem para além do que os olhos dos outros conseguem perceber.

A vida cotidiana do homem comum, do trabalhador, daquele que está em cada esquina, também aparece com frequência. Construção é um desses exemplos, e talvez sua maior canção, de atmosfera trágica que flerta com a infelicidade com a qual, de um jeito ou de outro, todos nós nos identificamos. Sem falar do jogo de palavras maravilhoso, que transforma a história toda vez que é recontada. Como um homem desses, com essa estampa e esse talento, poderia estar fora do primeiro lugar de uma lista como esta? Impossível.

Para encerrar, das canções para nós mais significativas. Sobre aquela, retratada como uma travesti na sua "Ópera do Malandro", que expõe a alma da sociedade:



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