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quinta-feira, 23 de outubro de 2014

JOHN DOLMAYAN

John é um nome que está para constar aqui há muito tempo. Desde os primórdios, ele é pedido e prometido. Não é para menos: o fundamental baterista da System of a Down sempre chamou a atenção por sua beleza discreta, mas marcante, típica dos homens que não precisam provar nada a ninguém nem fazer demais para serem notados como especiais. Além, claro, do talento, que já lhe rendeu o título de um dos principais bateristas do novo século.

Nasceu no Líbano, de ascendência armênia, e se mudou para o continente americano ainda criança após uma bala perdida atingir sua cama durante a guerra civil daquele país. Formou, com outros músicos de ascendência armênia, uma das mais queridas bandas de metal do final da década de 1990. Banda que, embora de musicalidade alternativa e experimental, conquistou muitos fãs do metal tradicional, desde a época em que abriam shows para o Slayer.

A SOAD, cujo último álbum de estúdio foi lançado em 2005, passa por um período de incertezas, com tentativas esporádicas de retomada, mas sem ainda anunciar um trabalho inédito. John, inclusive, já deu depoimentos sobre a melancolia que lhe causa a situação da banda, que não está feliz com o momento atual dela, e dá pistas de que o problema pode ser de uma crise de identidade autoral, entre os compositores da banda. Como John não se coloca entre eles, diz estar pronto para tocar, mas assume que a reunião gera desconforto.

Enquanto isso, participa de trabalhos paralelos, inclusive com os outros integrantes da SOAD. Participou como baterista do álbum solo de Serj Tankian, do álbum de estreia da Scum of the Earth e do projeto Axis of Justice. Das tentativas de formar uma outra banda, há a Scars on Broadway, cujo álbum homônimo de estreia foi lançado em 2008, e a Indicator, sem lançamentos. Atualmente produz These Grey Man, álbum de covers com vocalistas convidados, bancado por meio de “crowndfunding” (financiamento coletivo e voluntário pela internet). O álbum trará versões para canções de artistas como Radiohead, David Bowie e Madonna.

John é muito conhecido por seu semblante sisudo. Homem de poucos sorrisos, que busca a autenticidade artística e o engajamento político, já que desde a infância lida com problemas sérios como o genocídio. Pouco se expõe, ainda que no início da SOAD tocasse pelado. Sabemos que, além de canceriano, é viciado em pornografia, quadrinhos (inclusive tem produzido alguns) e tem um macaco de estimação. A nós, permite mais é o acesso ao artista, de um charme que talvez o homem nem saiba o tamanho que tem.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

SERJ TANKIAN

Desse bando de banda ruim que surgiu após o suicídio do grunge nos anos 90, querendo inventar algum movimento significativo, o System of a Down se destaca porque, apesar de misturado ao nojo do New Metal, não pertence ao mesmo meio dessa gente (não há nenhum adolescente acéfalo imitando o Ja Rule) e mostrou uma proposta bem mais interessante que esses neo-rapeiros. Seu rock não teve medo de ofender claramente o governo George W. Bush “Jr.” (se não me engano, são os que mais perseguiram o cara) e ainda, só pra apimentar, trouxe influências musicais asiáticas bem reforçadas pela ascendência armênia dos integrantes da banda. Pros EUA e principalmente pro presidente Bush Jr., qualquer coisa que venha de perto daqueles lados do planeta já rende pano pra manga, não? Uma banda assim, surgida no momento que surgiu, é no mínimo divertida. Eles até tiveram um clipe, o de Boom!, dirigido pelo Michael Moore, aquele cara que deu um “vem-cá-que-eu-te-cato” no Bush em plena cerimônia do Oscar...

É complicadinho definir o som da banda. Não é hardcore, não é new metal ou mesmo “qualquer-coisa-metal”. É uma gororoba. O som é rápido, pesado, bem pesado, mas muito melódico também. Tem uns barulhinhos incomuns em bandas de rock e a voz do vocalista, Serj Tankian, é bem exótica e nos remete de fato à cultura daquela região sempre conflituosa. Acho que é o seu exotismo que me chama a atenção. O exotismo e o barulho, que é forte, mas amenizado pela melodia que permite que a letra, e logo a mensagem, exista. Suponho que eu tenha os dois principais cds, e gosto muito deles: Toxicity, de 2001, e Steal This Album!, de 2002. Algumas letras, por mais dúbias, chegam a ser tragicamente doces, e adoro quando Serj grita em êxtase “Why can’t you see that you are my child, why don’t you know that you are my mind, tell everyone in the world that I’m you, take this promise to the end of you” (escrevo de cabeça, hein!), em Forest, e os berros de “Disorder, Disorder, Disorder!”, de Toxicity. Tudo bem que essas músicas estão longe de ser lados-b, mas eu não sou nenhum indie pra odiar hits, fora que nem acompanho rádios ou inferninhos pra saber o que toca e o que não toca por aí, pra só então definir meu gosto...

Sei também, sim, eu sei que muita gente deve preferir o baterista do SOAD na hora de ir bater uma punheta. Eu era assim... até sou ainda, mas como eu também gosto de gente esquisita, a esquisitice do Serj foi me chamando a atenção aos poucos. Ele é muito de fazer graça, e eu não gosto disso, odeio gente “engraçadinha”, mas curto o tipo meio feio dele. Principalmente com o cabelo curto, porque não curti ele com a juba grande, não... E tenho um tesãozinho nesses turcos, armênios, árabes, o que seja. Não sei se é pela imagem violenta, conservadora que passam sobre eles, talvez seja. Pela questão do conservadorismo principalmente. Isso mistifica um pouco o sexo, dá um quê de transgressão... Perdoem-me se ofendo os mais politizados com a problemática toda que assola o mundo e pareço meio fútil, mas é que o tesão é meio fútil mesmo, não se preocupa muito com certas coisas. E prometo ainda escrever sobre o Dolmayan, o baterista. Ele é bonitinho também.

E como não poderia deixar de ser, Serj Tankian, a grande voz do SOAD, lançou disco solo recentemente: Elect the dead. O som é bem parecido com o da banda, o que não me deixa entender o porquê desse disco. As letras, a proposta, é tudo tão igual que ele não precisava lançá-lo fora do grupo. Talvez os caras estejam passando por briguinhas e tals. Espero que tudo se resolva logo, porque o System of a Down não tem de acabar agora, acho que tem fôlego pra mais um tempo. Porém... se quiserem tirar o cocô daquele outro vocalista, o Daron – bem chatinho ele –, aí sim terão dado um passo certo!

Ah, sim! Serj também é poeta! Tem um livro publicado, o Cool Garden. Parece inclusive que foi bem recebido pelos entendidos no assunto. Como diria um amigo: Tá, mobein?

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