Mostrando postagens com marcador funk rock. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador funk rock. Mostrar todas as postagens

sábado, 10 de outubro de 2015

RODDY BOTTUM

Ele foi um dos fundadores do Faith No More, participou do “gênesis” do grupo (antes chamado de Faith No Man) em 1981, muito antes do emblemático vocalista Mike Patton entrar na banda em 1988 e quase tomar conta de tudo.

Roddy é o tecladista, e o FNM tem seu gênero quase inclassificável, de tanto que flertou com diversas sonoridades. Tanta versatilidade somada a tanto sucesso fez que a banda influenciasse diversas vertentes roqueiras que viriam a surgir na década de 1990, como o famigerado nu-metal.

Outro ponto em que Roddy se destaca é o de sua sexualidade, desde que se assumiu gay em 1993, assunto que virou obrigatório em quase toda entrevista que dá. Mas isso não o incomoda: ele até já declarou, à época em que formou a banda paralela Imperial Teen (com cinco álbuns lançados, sendo o mais recente, Feel the Sound, de 2012), que sua nova banda, na qual também toca guitarra e bateria, trazia uma “sensibilidade gay” comum só a bandas hétero. Roddy se irritava com a falta de ousadia das bandas contemporâneas, com o medo que outros artistas gays tinham de parecer óbvios e não trabalharem com o tema da sexualidade em sua música. Quando então algo visualmente tão gritante como Marilyn Manson surgia, Bottum considerava isso como um “fôlego de ar fresco”.

No Faith No More, um dos trunfos mais populares de Roddy foi ter composto a canção Be Agressive, sobre sexo oral, mais como uma provocação ao hétero Mike Patton. Não contava ele que Patton não era um homem hétero qualquer, e não só gravou a música como fez dela a segunda mais executada nos shows da banda.

O FNM passou por um período difícil, com um intervalo de onze anos sem shows, só retomados em 2009. A relação entre os integrantes estava completamente desgastada, tanto que Bottum nem acreditava nessa retomada da carreira. Sorte a nossa que não apenas eles voltaram a fazer shows como gravaram agora em 2015, 18 anos depois de Album of the Year (1997), o novo e sétimo trabalho da banda, Sol Invictus.

Hoje, aos 52 anos, Bottum encanta não só pela beleza de sua maturidade, mas por ser um dos mais importantes homens gays da história do rock, uma pessoa com talento, inteligência e coragem. Com o perdão da ousadia, Bottum, você é o típico "DILF" – Daddy I'd Like to Fuck!

terça-feira, 16 de outubro de 2012

FLEA

À época da lista dos 50+ gostosos do Rock, um dos nomes causou mais estranheza que os demais, principalmente aos mais acostumados e defensores de um padrão bem específico (e higienista, por que não?) de beleza: o de Michael Peter Balzary, o esquisito cofundador dos Red Hot Chili Peppers.

Esquisito. Anti. Já por seu apelido: pulga, o inseto minúsculo de que ninguém gosta, aparentemente inútil para a natureza, que só incomoda. Todos riem com ele, até o elegem o segundo melhor baixista da história, mas poucos, ou quase ninguém, o enxergariam com grandes atributos daquilo que ele é, antes de ser qualquer coisa a mais que seja: um homem.

Não é difícil: basta perceber o rosto de moleque travesso, ainda hoje em seu aniversário de cinquenta anos. Flea lembra os tais no colégio que só aprontavam, inquietos, que venciam pelo cansaço e pelo sorriso, que nunca eram apontados como os galãs e pegadores, mas ainda populares, simpáticos, cuja safadezazinha no olhar poderia deixar os colegas molhadinhos.

Começou a carreira vestindo apenas uma meia, e no pau. Hoje, nem isso. Para quê? Se sua nudez sempre foi mais engraçada que sensual, ofuscada inclusive pela nudez do inconteste galã e grande amigo e alma gêmea musical, Anthony Kiedis. Se sua nudez foi totalmente camuflada pelo baixo e os acordes. Quantos peladões conseguiram ser mais artistas que peladões?

O RHCP todos conhecem, besteira apresentar. Tiveram seu som eternamente moleque reconhecido pelo emblemático Hall da Fama do Rock em abril deste ano, numa cerimônia que rememorou todos os integrantes que passaram pela banda, mas, sobretudo, o laço entre Flea e Kiedis. 

O que poucos podem lembrar seja talvez suas raras incursões pelos vocais. No Red Hot, a mais curiosa é na música Pea, do álbum One Hot Minute, de 1995, na qual Flea canta sua “pequenez” contra um algoz homofóbico.

Transcending, do mesmo álbum, também vale a pena ser notada, já que, embora cantada por Kiedis, foi composta por Flea em homenagem ao ator River Phoenix, amigo que conheceu durante as filmagens de My Own Private Idaho, longa sobre dois garotos de programa em que fez uma ponta.


“Quando eu penso em River eu não penso sobre sua morte. Não fico triste por isso. Eu penso sobre como inacreditavelmente sortudo fui em ser amigo de uma pessoa que olhava pra dentro de mim e enxergava coisas que ninguém antes enxergou. E essa canção é respeitosamente uma canção de amor para ele.”

Flea também lançou um projeto solo este ano chamado Helen Burns, com participação de Patti Smith na faixa-título. O lucro com o álbum (vendido digitalmente no esquema “pague quanto quiser”) será revertido para o seu Silverlake Conservatory Of Music, organização de educação musical sem fins lucrativos.

Sim, é justo considerar Flea um dos mais importantes músicos de sua geração, um dos melhores baixistas, um grande cara, mas justo também é perceber sua personalidade louca e sexy e sua beleza tão óbvia quanto obscura. Flea deve estar na lista dos mais gostosos, sim. Ele só é feio pra quem não gosta de rock. E esses não interessam.

Some rights reserved