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segunda-feira, 2 de março de 2015

DANIEL JOHNS

Ele apareceu sem muita credibilidade. Ainda que estivesse mergulhado na cena grunge, muitos consideravam sua banda, silverchair, como uma boy band travestida de grupo de rock. As principais razões para esse julgamento talvez fossem sua idade e de seus parceiros, todos adolescentes, e a aparência frágil e delicada, praticamente assexuada, que parecia ter como grande objetivo arrancar suspiros de meninas românticas recém-saídas da infância.

Não contribuía também o seu tom de voz, muito comparado ao de Eddie Vedder e de vários outros vocais da mesma cena grunge. Daniel parecia um ídolo fabricado, vazio e imperdoavelmente inofensivo e asséptico para o mundo do rock.

Até que o loirinho novinho e bonitinho passou a apresentar mudanças físicas conforme o sucesso de sua banda crescia. Sua magreza era notória e uma disfunção alimentar foi assumida publicamente, inclusive na letra de uma das suas principais canções, Ana's Song. Daniel era agora um jovem que padecia de um grave problema de saúde e emocional, e silverchair uma banda que ficaria para sempre na memória dos adolescentes que vivenciaram de maneira mais completa a música mainstream do fim dos anos 1990 e início dos 2000.

Adulto, Daniel passou por mais mudanças. Visuais, cultivando barba e pelos no peito. Estéticas, abusando de delineadores, sombras e batons, brincando com a masculinidade que sempre lhe foi questionada (em tempo, Daniel nega ser gay), e físicas: a voz mudou, não tem mais o tom grave do adolescente anoréxico. Hoje, saudável, Daniel é um novo artista. A silverchair deixou de ser uma banda de grunge, assumindo outras sonoridades (com muitos elementos pop), com destaque a partir de Diorama, em 2002.

Tais mudanças, entretanto, foram significativas também num sentido comercial. O estrondo do sucesso grunge adolescente diminuiu, mas, como quase sempre acontece, a banda pareceu mais madura e segura do trabalho que queria realizar. Daniel é agora um ídolo da observação mais atenta do que da simples euforia. A silverchair agora se encontra em mais um hiato, mas Daniel lança seu primeiro álbum solo no próximo dia 13. O primeiro single, Aerial Love, já pode ser ouvido por aí.

Um adolescente que definhou e sofreu em público: uma grande arma do show business. Que fez do seu flagelo uma característica de sua personalidade artística e nos mostrou que nem sempre um adolescente deve ser ignorado. Hoje, um homem que surpreende pelo bem que o tempo lhe fez e que sabe usar dos encantos de maneira leve e positiva. A eterna paixão de muita gente.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

MARK LIFE-MERRIMAN

[Adults only, motherfucker: inapropriado para criancinhas fofas.]


"Você não pode trollar uma banda que trolla você."

Esta é uma das provocações que a banda Endworld, liderada por Mark Merriman e Louie Johnston, costuma fazer pelas redes sociais. Tudo porque, parece, eles não são muito levados a sério e colecionam zombarias e críticas de todo tipo. Deboches pelo som que fazem, um deathcore considerado medíocre por alguns, ou pela personalidade extremamente adolescente, inspirada em bandas como Blink 182, influência declarada dos meninos.

Mas a banda tira proveito da situação, e seus haters se tornaram uma ferramenta de marketing. Eles até mesmo divulgam e vendem uma camiseta com os dizeres “I Hate Endworld”. Porém a melhor traz escrito “You are a scum slut”, ou, numa tradução imprudente: “Você é uma puta escrota”. E na página do facebook é possível ver quase um plano de lançar um pênis de borracha com os mesmos dizeres.

A frase vem de um dos primeiros trabalhos da banda, a música Never Trust, e se tornou slogan das admiradoras dos rapazes. Elas (e não só, não duvidemos) não são apenas fãs, ou groupies, são “scum sluts”.

Inclusive porque é difícil não desejá-los. Já falei aqui, à época da postagem sobre Ben Bruce, que até elegi como um dos 50+ Gostosos do Rock, que existe uma moçada atual, fazendo o tal metalcore e deathcore, que esbanja sensualidade. A energia sexual dos rapazes é desestabilizante. São praticamente todos bonitos e exploram esse potencial quase com uma irresponsabilidade deliciosamente infantil.

Mark, com e assim como Jacob Gronvold, o outro caralhíssimo da banda de quem falei em postagem anterior, gosta de brincar um tanto. Exibe-se demais, sozinho e acompanhado dos outros rapazes. Aos olhos gays, isto é sempre intrigante.

Mark e Louie Johnston. Foto sem tarja, aqui.
Talvez sejam os tempos da internet, da exposição inconsequente de uma geração que já representa desde muito jovem a cultura digital da falta de limite entre público e privado e da sexualidade formada praticamente sem restrições devido ao excesso e facilidade de informação. Ou talvez seja outra coisa.

Mark e Louie Johnston.
Logo pensamos em desejos enrustidos, o que não exatamente significa uma sexualidade enrustida. Já li por aí que, não houvesse o preconceito, os valores morais construídos sob opressão religiosa, todos seríamos muito mais abertos a experiências variadas, e seria provável que chegaríamos à idade adulta já tendo vivenciado momentos eróticos com ambos os sexos. Mais: a bissexualidade seria mais comum, assumida.

John Brown e Mark. Foto sem tarja, aqui.
Mark, Jacob e Louie.
A bissexualidade. Li também diversas vezes que ela é a mais comum das condições do desejo, até mesmo por permitir nuances ou "graus" variados de intensidade, o que seria mais realista. Nem sempre se gosta 50% de homens e 50% de mulheres, ou 100%. Às vezes – ou sempre – essa realidade varia e muito. Talvez seja isto que faça com que muitos homens, como os meninos da Endworld, gostem de se colocar em situações eróticas com outros, mesmo que em brincadeirinhas sem intenção de se prolongar. É o momento pelo momento.

Foto sem tarja, aqui.
Muitas pessoas sabem como é. Pegar no pau de outro cara, mesmo por cima da roupa, ver o pau de outro cara, quem sabe até dar ou permitir uma chupadinha, ou algo mais sério, sem compromisso nem regularidade, sem mesmo a obrigação de acontecer ou não, porque é um instante que determina, impulsionado por um olhar, uma vaidade, uma curiosidade, uma camaradagem. Ou às vezes é a certeza de que este instante não vai acontecer que provoca o estar à vontade com o corpo do outro. Nada é impossível.

Impossível apenas é não aderir a certas molecagens se quiser fazer parte da Endworld. A banda passa por várias mudanças de integrantes, mas todos cultivam o hábito de aparecerem seminus ou totalmente nus uns com os outros.

Além de Mark e Jacob, Louie e o agora ex-integrante John Brown são exemplos de que falta espaço neste texto para tantos caralhíssimos. E não posso deixar de dizer que uma das fotos mais eróticas que já vi na vida é justamente do John, uma em que ele aparece pelado durante um evento da banda. Por que será que os brasileiros não seguem esse exemplo? Nosso rock seria muito mais divertido!

Seguir em todos os sentidos. Mark, ao descobrir que uma foto sua havia se espalhado por páginas gays, apenas escreveu: "Fuck yeah, guys! Dig my dick more than chicks!". Ah, Mark, mas pode deixar. Você e seus amigos.


Foto sem tarja, aqui.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

JACOB GRONVOLD


Australiano, personal trainer e baixista de uma banda de heavy metal. Ah, sim, pauzudo também.


Quem é gay e gosta e procura por pornografia já deve ter cruzado com filmes ou fotos das tais fraternidades estudantis, em que um grupo de rapazes, seja por humilhação mútua ou por tesão mesmo, começa a fazer sexo entre si. São todos héteros, é claro, o sexo acontece como uma espécie de trote, por bullying ou por ócio criativo mesmo.


Pois bem. Como esse tipo de fraternidade não chega a ser algo comum no Brasil, mesmo as que não envolvem brincadeiras sexuais, e como eu nunca – e este é um grande trauma – participei de situações parecidas com coleguinhas quando criança, sempre desconfiei das reais possibilidades dessa fantasia. Até que conheci Endworld.


A banda está bem no início e não é muito fácil de levantar informações boas ou atuais sobre ela. Parece ter menos de três anos, um EP e um álbum, Juggernaut, lançado em 2012. Contam com páginas sem muita coisa (tipo as das bandas brasileiras): uns dois tumblrs, duas páginas no facebook, uma para os EUA e outra para o resto do mundo (!), além de uma loja virtual de camisetas e outros acessórios. Não se consegue ter certeza nem mesmo de qual é a atual formação da banda.


Do Jacob, por exemplo, pouco se sabe, além de que entrou para a banda pouco antes de gravarem o álbum. E que já aderiu ao hábito de aparecer pelado por aí.


A banda inteira é assim. Como numa fraternidade de filmes pornôs, se pegam, tiram a roupa, tiram fotos dos amigos sem roupa, sobretudo homens e tatuados, fazem videozinhos seminus, imitando mulheres ou cometendo babaquices ao melhor estilo “Jackass” ou “American Pie”. Vez ou outra, para lembrarem que são héteros, despejam piadinhas machistas e homofóbicas. Mas, como dizem por aí, Freud explica sempre muita coisa.


Jacob espalhou na internet uma foto sua no chuveiro, com o pau mais duro do que mole (tirada por um companheiro de banda?) E uma outra de costas, nu, tatuado e lindo. Talvez por ser personal trainer e ter até uma página dedicada a esse seu outro talento, é dos mais reservados nas redes sociais, com suas fotos, provavelmente de roupa, bloqueadas. Intrigante e ingenuamente contraditório.


Mas não importa. Ou melhor, importa sim. Esta banda, embora minúscula, merece outra postagem pelo menos. Já já, viu?


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